terça-feira, agosto 28, 2007

FCP VS SCP













1 - 0




UM PRÉMIO AO ESFORÇO







Gostei do resultado, não gostei muito do jogo, mas estivemos melhor que em Braga.

Empatar ou perder com o SCP era injusto, vai daí o GR resolveu dar uma ajuda.

Existem por aí alguns árbitros reformados de cor duvidosa, mas anti-azul que se dedicam a contestar tudo o que beneficia o FCP, que o Polga corta a bola e depois a passa deliberadamente ao GR que em vez de se ver livre dela a apanha não deixa duvidas a ninguém, sòmente a alguns burros.

De resto Helton está com resíduos de estrela, Bosingwa continua lento, apático e vaidoso, Lucho lento e em baixo de forma e Postiga a ceder definitivamente, porque esforçado, mas de baixa qualidade, Mourinho tinha razão quando se livrou dele e Pinto da Costa errou quando o foi buscar, afinal ele nos Lampiões ia-nos ajudar.

Cheguei no entanto a uma conclusão o SCP é Miguel Veloso, se ele for tapado os verdes não têm futebol, só que Jesualdo não viu isso.

De resto jogos iguais aos de sempre, quezilentos, algumas vezes a roçar a violência, arbitro inteligente, etc etc.

Para a semana há mais.

VJ

sábado, agosto 18, 2007

BRAGA VS PORTO















1 - 2


UM JOGO DE ÍNICIO DE ÉPOCA
De início de época, que não encantou, mas que foi suficiente para não deixar os nossos principais adversários isolarem-se.

Quaresma jogou, mais para a equipa, contrariamente ao que fez no jogo da Supertaça, o Bosingwa foi mais expedito e acutilante, gostei de Tarik e de Adriano enquanto jogou e de Postiga pelo empenho.

Os restantes sempre ao seu nível com Lucho ainda muito lento.

Quanta a Jesualdo ainda não convenceu, foi campeão o ano passado a custo, espero que o seja novamente, mas um treinador do FCP não deve ser cagão, embora não o sendo hoje foi-o na Supertaça.

A ver vamos o próximos jogos.

Quanto ao Braga, boa sorte para o Jorge Costa nos próximos jogos.

VJ

O MAU O VILÃO E A RTP



A RTP exibiu anteontem à noite, em 'prime-time', um documentário sobre Pinto da Costa, intitulado "O bom, o mau e o vilão", (o "bom", como se verá à frente, estava naturalmente a mais) na que terá sido a peça pretensamente jornalística mais parcial da televisão portuguesa dos últimos anos, em que apenas pretendeu - e conseguiu - ridicularizar Pinto da Costa e o Porto.É difícil entender o que leva a RTP, que até tem um passado de subserviência ao F.C. Porto, aos seus rivais Benfica e Sporting, mas também ao poder político, a decidir-se pela exibição em horário nobre de um pretenso documentário que se limita a recolher e a exibir as piores imagens das últimas três décadas do F.C. Porto, mesmo que não tenham absolutamente nada a ver com Pinto da Costa (uns dois ou três minutos com o episódio da camisola rasgada de Rui Jorge por José Mourinho, situação em que o presidente do F.C. Porto não foi tido nem achado), numa espécie de "worst off" do F.C. Porto. Logo no início, a narradora informa-nos de que os amigos não quiseram falar, porque Pinto da Costa está de relações cortadas com a RTP e a partir daí, como que aproveitando a deixa, tudo serve para deixar mal na fotografia o presidente do F.C. Porto e quem mais se lhe aproxime - lamentável a insinuação sobre Alípio Dias, quando se diz que foi o Crédito Predial Português que prestou a garantia bancária que travou a penhora do Estádio das Antas. Alípio Dias era então presidente do banco e aparece a abraçar Pinto da Costa e logo a seguir a narradora conclui, insinuante "Hoje é presidente do Conselho Superior do F.C. Porto". Ao longo de uma hora o tom é sempre de desdém, seja pela imensa série de vitórias nacionais e internacionais da equipa de futebol, que mais não são do que uma nota de rodapé no programa, o que é estranho quando se trata da biografia de um dirigente desportivo, seja pelo gosto por poesia, seja pelas relações afectivas do protagonista, hoje bem conhecidas de todos, quanto mais não seja pelo mediatismo do livro da ex-companheira Carolina Salgado. De resto, não deixa de ser sintomático que o único ex-treinador do F.C. Porto a falar no documentário seja Octávio Machado, ele que é o único dos ex-treinadores a dizer mal de Pinto da Costa. Bobby Robson, Victor Fernandez, Artur Jorge, Carlos Alberto Silva, Quinito, Ivic, António Oliveira, Fernando Santos treinaram o clube. Todos já tantas e tantas vezes falaram publicamente bem de Pinto da Costa, mas a RTP só recolheu o testemunho de Octávio Machado. Coincidência.Pinto da Costa está sob investigação, as escutas conhecidas são, no mínimo, comprometedoras e não abonam nada a favor do presidente do F.C. Porto. A justiça, cedo ou tarde, se encarregará de demonstrar a responsabilidade de Pinto da Costa. A RTP, no entanto, considera que se trata de serviço público fazer o julgamento televisivo, apresentando uma hora de emissão em que o melhor que se ouve é quando Jorge Costa diz que o F.C. Porto é obra de Pinto da Costa. Goste- -se ou não, é capaz de haver um bocadito mais de coisas a dizer, como acentuar o sucesso desportivo do clube, as contratações bem feitas, que permitiram, por exemplo, aproveitar Deco e Maniche, dois proscritos do Benfica, fazê-los campeões da Europa e transferi-los por milhões de euros, etc, etc.A perspectiva de serviço público da RTP é tanto mais curiosa se recordarmos que em 2003, no ano em que o F.C. Porto venceu a Taça UEFA, o canal público não transmitiu os jogos em casa do clube, não porque algum concorrente se tenha antecipado e comprado os direitos, mas apenas porque a RTP considerou que era dinheiro mal gasto. O critério, curiosamente, já não foi o mesmo em 2005, quando o Sporting foi à final da Taça UEFA, ou na época passada, quando o Benfica chegou aos quartos- -de-final. Neste caso, a RTP até chegou a transmitir as meias-finais na RTP-N porque já tinha comprado o jogo em casa do Werder Bremen, adversário da equipa portuguesa, caso esta tivesse chegado às meias-finais. Isto para não falar do Verão de 2003, quando a RTP se preparava para não transmitir a final da Supertaça europeia, entre F.C. Porto e Valência, alegando, primeiro, que o jogo não era oficial, depois, que não se tratava de final. Aliás, para que estas coisas sejam realmente transparentes - e a RTP é uma empresa pública, subsidiada por todos nós, com obrigação de boas práticas e contas claras -, a estação deveria, por exemplo, tornar público quanto pagou pela transmissão de jogos do F.C. Porto, do Benfica e do Sporting nos últimos cinco, dez ou 15 anos. Todos perceberíamos melhor o conceito de serviço público para a RTP e o documentário de anteontem à noite.
in JN
Faço destas palavras as minhas e lamento a afronta feita ao FCP, aos seus adeptos que também eles são contribuintes de onde sai o dinheiro que vai alimentar individuos bacôcos, incompetentes e maldosos. Mais uma vez a RTP presta um mau serviço publico.
VJ

DIRECTOR DA PJ DISCORDA DO PROCURADOR GERAL



O director nacional da Polícia Judiciária (PJ) discorda da decisão do Procurador-Geral da República de investigar o dossier anónimo sobre alegados favorecimentos ao Benfica no Processo Apito Dourado, considerando que "não se justifica", noticia hoje o semanário Sol.

O Procurador-Geral da República (PGR), Pinto Monteiro, anunciou a decisão de abrir um inquérito-crime ao conteúdo e origem de uma carta anónima escrita em papel timbrado da directoria da PJ relatando alegados favorecimentos a Luís Filipe Vieira e ao Benfica na investigação do Processo Apito Dourado.

Reagindo a esta decisão do PGR, o director nacional da PJ, Alípio Monteiro, manifestou em declarações ao Sol o seu desacordo: "salvo o devido respeito ao Sr. Procurador-geral da República, não se justificaria a instauração de um inquérito com base em tais pressupostos".

O responsável da PJ classifica este dossier anónimo, que ficou conhecido como "apito encarnado", como um "conjunto de papéis com insinuações pessoais torpes que coloca os seus autores anónimos ao nível da patologia e não da cidadania" e considera que a "justiça não pode ficar refém de condutas eticamente condenáveis e penalmente irrelevantes".

Pinto Monteiro decidiu investigar o dossier anónimo depois de este ter sido divulgado nos órgãos de comunicação social, apesar de considerar que "nenhuns dos elementos probatórios terem sido indicados e de a maioria dos factos já constituírem objecto dos processos em curso".

O Procurador-geral da República não descarta a hipótese de a carta com timbre da PJ ser um documento falso e reitera a sua "absoluta e total confiança" em Maria José Morgado e Carlos Teixeira.

A principal acusação desta carta é a de que a investigação teria sido propositadamente dirigida contra o FC Porto e manipulada por Luís Filipe Vieira.

O semanário Expresso noticia por sua vez que Pinto Monteiro terá entretanto recebido uma denuncia assinada que levanta suspeitas sobre o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Porto relativamente aos processos arquivados que envolviam Pinto da Costa no "Apito Dourado", entretanto reabertos por Maria José Morgado.

Segundo o Expresso, na denúncia de autor identificado são elencadas suspeitas sobre decisões dos procuradores do DIAP do Porto no que respeita aos arquivamentos dos processos que envolviam jogos do FCP com o Beira Mar e o Estrela da Amadora.

Após os processos terem sido remetidos da comarca de Gondomar para o DIAP do Porto, houve arquivamento, considerando-se que não existiam provas suficientes para acusar Pinto da Costa dos crimes de corrupção desportiva activa.

Estes casos foram entretanto reabertos por Maria José Morgado tendo em conta o depoimento da ex-companheira de Pinto da Costa do presidente do FC Porto, Carolina Salgado.

Fonte: Lusa


Pergunta um cidadão deste País:

Porque é que está alguém a ficar com comichão?

Será que é verdade o que se diz no processo anónimo?

Será que alguém na PJ está a proteger o Orelhas?


Bem, saber a verdade, num mundo de boatos e mentiras e corrupção é urgente e aconselhável.


Ou não é?

terça-feira, agosto 14, 2007

AÍ ESTÁ, A CHAMADA DE ATENÇÃO, AFINAL ONDE ESTÃO OS OUTROS?

Luís Filipe Vieira e Carolina Salgado, e os magistrados Maria José Morgado e Carlos Teixeira (que iniciou o processo Apito Dourado em Gondomar), assim como elementos da Polícia Judiciária que estiveram ligados à investigação são os principais alvos de mais um dossiê anónimo que poderá ser o suporte para o "caso Apito Encarnado" a que o presidente do FC Porto se referiu em recente entrevista à SIC.
Segundo o documento, os seus autores serão inspectores da Polícia Judiciária apenas preocupados com "a descoberta da verdade", que "nada têm contra o Benfica", mas apenas enumeram situações em que os aparentes beneficiados foram o clube da Luz ou o Alverca, este ao tempo em que era dirigido pelo actual presidente do Benfica. O documento terá já sido enviado a diversas entidades, entre as quais a Procuradoria-geral da República, o DIAP do Porto, o presidente da Liga de Clubes, o Conselho Superior de Disciplina da FPF, a produtora Utopia (que está a realizar o filme sobre Carolina Salgado) e o próprio FC Porto, segundo apurámos. Em declarações ao Expresso, Rui Cerqueira, director de Comunicação do clube, confirma a recepção do dossiê, adiantando que o mesmo "está neste momento a ser analisado pelo Departamento Jurídico do clube".
A procuradora Maria José Morgado recusou fazer qualquer comentário sobre o documento. Fonte oficial da Procuradoria-geral da República confirmou a recepção do dossiê e referiu que "vai ser analisado". O DIAP do Porto também já recebeu o dossiê. O Expresso ainda não conseguiu os restantes destinatários.
Impresso em papel com o timbre da Directoria Nacional da Polícia Judiciária, o texto refere situações que os autores consideram indiciadoras de favorecimento dos dois referidos clubes, mas não fornecem as provas que dizem ter. No que diz respeito aos magistrados e polícias, os alegados inspectores consideram que conduziram a investigação no sentido de prejudicar o FC Porto e ignorar os indícios contra o Benfica.

tirado de EXPRESSO online

E agora como é?

Deu-se atenção a um processo anónimo do Clube das Aves de Rapina
Deu-se atenção a um livro escrito por uma gaja de alterne, que foi alterado a bel prazer por uma adepta do clube das aves de rapina.
Branquearam quem lhes interessava.

Afinal quem vai pagar por isso?

Qual o caminho que vai levar mais este processo anónimo?

Temos direito a saber a verdade.

VJ

O GANG DOS QUATRO E AS SUAS FALCATRUAS


Na entrevista que concedeu ao Correio da Manhã durante o último fim-de-semana, Leonor Pinhão admitiu ter sido contratada pela editora D. Quixote para trabalhar na edição do livro de Carolina Salgado, "Eu, Carolina". A dada altura da mesma entrevista, a jornalista e colunista admitiu que a versão final do livro não corresponde ao manuscrito original, sublinhando que tal é absolutamente normal. "Um livro não sai da editora tal como lá chega", refere. É óbvio que não. Todos os livros são editados. São feitas correcções, tiram-se umas coisas, sublinham-se outras, faz-se todo um trabalho de edição que também reflecte a personalidade do editor, neste caso da editora, uma conhecida benfiquista. Ainda assim, nada disso seria relevante se "Eu, Carolina" fosse tratado como uma vulgar obra de ficção, um romance ou uma novela. Acontece que ao livro de Carolina Salgado foi atribuído um valor documental que justificou, entre outras coisas, a nomeação por parte do Procurador Geral da República, Pinto Monteiro, de uma equipa especial liderada por Maria José Morgado para conduzir as investigações do processo Apito Dourado. Aliás, foi com base no valor documental atribuído a "Eu, Carolina" e às revelações cirúrgicas que continha que a ex-companheira de Pinto da Costa foi ouvida pela procuradora e os processos ao presidente do FC Porto, entretanto arquivados, foram reabertos. Ora, tendo ao livro sido atribuído um valor documental, é obviamente relevante que a versão final e publicada não corresponda ao manuscrito original, mais ainda agora que se sabe quem foi responsável pela sua edição. Afinal, que elementos ficaram de fora, com que intenção foram retirados e até que ponto a sua ausência afecta a credibilidade e integridade do documento como um todo? E se isso não é relevante, se afinal o livro não é um documento, como se explica que tenha sido tratado como tal pela Procuradoria da República, e não como uma vulgar obra de ficção, sem qualquer valor jurídico?

Artigo de Jorge Maia in O Jogo

Pois, eu também pergunto isso, como é possivel que sendo alterado a belo prazer da editora pode o mesmo servir para denegrir, prejudicar e sujar a imagem de uma pessoa.

De facto faltam vacas no pasto, mas elas vão aparecendo, conforme tenham necessidade de se
ilibar sacudindo a água do capote.

VJ

sexta-feira, agosto 10, 2007

Não há marcas de esquerda neste Governo


António Arnaut, fundador do PS, ex-Ministro dos Assuntos Sociais e antigo grão-mestre do Grande Oriente Lusitano, deu uma entrevista à VISÃO em que arrasa Sócrates, acusa Correia de Campos e diz que o PS «perdeu alma e identidade»ANTÓNIO ARNAUT, fundador do PS, ex-ministro dos Assuntos Sociais, maçon, 71 anos

«A geração que está no poder aprendeu com Maquiavel»
Voz escutada, militante socialista número 4, o «pai» do Serviço Nacional de Saúde arrasa PS e Governo. «O partido desviou-se tanto para a direita que, porventura, até estarei quase a sair», desabafaMagoado, desiludido, afastou-se da política em meados da década de 1980. Advogado, antigo ministro dos Assuntos Sociais de Mário Soares, deixou marcas na Saúde. Combateu a ditadura, fundou o PS e liderou, até há pouco, a loja maçónica Grande Oriente Lusitano (GOL). Em Setembro, sairá o seu romance autobiográfico Rio de Sombras (Coimbra Editora), o qual poderá prestar-se a polémicas e revelações. Nesta entrevista, concedida no seu velho escritório de Coimbra, rodeado de símbolos da maçonaria, as palavras de António Arnaut não pedem licença...

Como olha para o PS, hoje?
O PS tem a alma a definhar. Ainda tem força interior, mas está disseminada por uns milhares de militantes sem voz. O partido está a perder alma e identidade. A continuar assim não pode chamar-se socialista, tem de mudar de nome.

A ideologia ainda conta?
Ainda faz sentido falar-se em socialismo! E de forma mais acutilante, embora o meu seja mais ético do que ideológico. Há novas formas de opressão, a própria União Europeia é uma congregação de multinacionais que têm no Conselho e na Comissão os seus representantes. O que resta da utopia socialista é o Estado Social. Por isso, é importante defendê-lo. O socialismo é encurtar diferenças sociais e reduzir desigualdades. No fundo, mudar a vida.

Não é o que tem sido feito, portanto ?
Mesmo havendo circunstâncias atenuantes, a prática do PS não está à altura da sua responsabilidade. Ao reclamar-se socialista, assume um legado histórico e deve ser fiel a ele.

O PS trocou os cravos pela rosa. É mais do que uma metáfora?
Nada em política é por acaso. O vermelho é a cor histórica da esquerda, dos que querem transformar o mundo. E o PS até a bandeira vermelha trocou, agora usa brancas e amarelas! Já não há mercado para o vermelho [risos]...

Fala assim quem era um moderado...
Sempre fui moderado no PS. Hoje estou na extrema-esquerda e sou o mesmo! O partido desviou-se tanto para a direita que, porventura, até estarei quase a sair [risos]...

Ainda faz sentido estar no PS?
Diga-me lá para onde é que hei-de ir...

Não se sente uma espécie de tralha ideológica?
Pelo contrário! Procuro não falar muito, porque me dói, mas sou escutado. Tenho passado. E acredito que o PS ainda possa mudar.

O que diz esse passado à geração que manda no PS?
A renovação é uma lei da vida, mas muitos dos que mandam nos partidos não viveram nem estudaram o passado. Mesmo Sócrates – que aprecio em algumas facetas – não tem a vivência socialista que se exigiria a um líder do PS.

Como descreve a geração que está no poder?
É um produto das circunstâncias. Noto falta de cultura cívica. É gente sem reflexão sobre os comportamentos, a arte, a literatura e a história do nosso povo. A cultura é uma sabedoria que se recolhe da experiência vivida. Muitos deles não têm uma ideia para Portugal, não conhecem o País. Vivem do imediatismo, da conquista do poder. Conquistado, vivem para aguentá-lo. Esta geração vale-se mais da astúcia do que da seriedade. E aprendeu os ensinamentos de Maquiavel.


O que sente quando uma governante diz que só se pode dizer mal do PS em casa, na esquina do café e nos locais apropriados?
Até a senhora secretária de Estado da Saúde dizer isso ninguém sabia que ela existia. É um impropério! Ela não quis dizer aquilo, mas as palavras têm um significado. E o que ela disse está mal. Só mostra que muitos políticos são meros tecnocratas.

Não há um novo Portugal amordaçado?
Algumas pessoas acomodam-se, querem manter os seus lugares e tendem a bajular o chefe. Sem culpa do chefe. Nos casos que vieram a público há diferenças. A ser verdade o que é imputado ao professor Charrua, ele procedeu de forma eticamente censurável. Já em Vieira do Minho, eu teria feito o mesmo, só não punha o comentário na fotocópia. Aquilo teve piada! [risos] Um país sem humor não tem futuro. Um tipo com cultura tem humor! Basta ter lido o Eça. Deviam seguir o exemplo de Mário Soares, que tem humor e capacidade de encaixe. Quando o Soares era primeiro-ministro contava-se uma história engraçada. Ele tinha sido recebido pelo Papa – isto é verdade – e quando o Papa lhe perguntou se professava alguma religião, o Soares disse: «Sou socialista, mas não praticante»!

[Risos]...
Mas o Mário era o que mais se ria disto, sabia? No tempo em que meteu o socialismo na gaveta!

Continuando... Está ou não instalado um clima de bufaria?
Não está! E mesmo que estivesse, o que é que o Sócrates tem a ver com isso?!

Diga-me...
Para esta comédia se transformar numa tragédia era preciso que os bufos fossem compensados como antigamente. Espero que não sejam!

Não há tiques de autoritarismo?
Houve uma coincidência de situações deprimentes. Não existe um clima de medo. A precariedade no trabalho é que tornou as pessoas subservientes.

E no poder, há mais papistas que o Papa?
Os bajuladores existem. Você habitua um cão e ele está-lhe sempre à perna. Mesmo que lhe bata! O cacique, por outro lado, já tem de ser alimentado de outra maneira. Precisa de umas iguarias e quer manter a máquina e o aparelho a funcionar. Conheço o caso de um sujeito que comprou o lugar. Deu dinheiro ao partido para ser deputado. E o PS aceitou, pô-lo na lista! A condição era estar lá seis meses para satisfazer a vaidade.

Quando foi isso?
Há anos. Eu ainda estava na política.

E isso agravou-se?
Sim, sim. Hoje está pior.

O que sente quando olha para o Parlamento?
Uma grande preocupação pelo futuro da democracia. Aquilo deveria ser o lugar de uma elite moral e intelectual. Mas para isso era preciso que as pessoas do povo fossem as «pedras vivas» de que falava António Sérgio. No meu romance autobiográfico, que sairá em Setembro, chamado Rio de Sombras, há um tipo que tem uma filosofia chamada Pantrampismo...

Pantrampismo?
Pantrampismo, tudo é trampa! Temos de viver com a trampa, mas escolher os espaços livres e limpos. Mesmo a Justiça já está contaminada pela corrupção e influências. E meto nisto a PJ, Ministério Público, juízes e advogados. A Justiça foi permeável aos ventos dominantes.

Ainda leva com um processo...
Só fui processado uma vez, pelo Salazar, por assinar uma carta de católicos. Agora, se tiver um processo também não há problema. Tenho razão e não pode haver processos contra a razão. Apesar dos desencantos, facadas e caneladas na política – tenho muitas cicatrizes na alma – acredito que uma pessoa séria ainda possa manter a integridade moral.

O PS do seu tempo está muito calado...
Alguns estão afastados, mas o Alegre, às vezes, levanta a sua voz. Eu ando por aí, na rua, no autocarro, falo com as pessoas. E elas tratam-me à maneira antiga, chamam-me camarada... Você sabe que às vezes ligo para o partido e me tratam por senhor doutor e professor?! Há tempos, irritei-me e disse: «Mas ouça lá, eu não estou a ligar para o PS?! Estou? Então trate-me por camarada!» A telefonista até rejubilou, mas disse-me: «Sabe, eles agora querem ser todos tratados por doutor e professor...»

Isso é que conta?
Não se pode só dar valor aos títulos académicos. A maioria dos políticos assumiu hoje um ar professoral e, não sendo eles professores, são tratados como tal. O tratamento por camarada tinha uma conotação romântica, fraterna, indicava um vínculo forte. Não se devia ser dirigente do PS sem conhecer o significado destes laços.

Que causas tem o PS?
O partido, mesmo governando em circunstâncias difíceis, ainda tem alma para impedir que alguns dirigentes tentem resvalar mais para a direita.

Marcas de esquerda há?
Não há marcas de esquerda neste Governo. Essas deviam estar no terreno social mas, como já vimos, os direitos sociais estão um pouco proscritos. Por exemplo: não considero uma marca de esquerda ter promovido o referendo ao aborto, apesar de ter votado sim. Marca de esquerda era cumprir a democracia política, social, económica e cultural. Dentro do Estado Social o direito à Saúde é fundamental. E aí as marcas não são de esquerda...

São de quê, então?
Até a direita critica pela esquerda a política de Saúde do PS! É absurdo, uma contradição, um escândalo! Não sei como se há-de chamar a isto!

O PS faz no Governo o que a direita teria vergonha?
O PS faz reformas que não devia. Se a direita fosse poder, não teria coragem de atacar o Serviço Nacional de Saúde [SNS] como o PS. E o PS, na oposição, não deixava!

Mas o que se passa, afinal?
Correia de Campos, camarada e amigo, foi meu conselheiro quando fui ministro dos Assuntos Sociais. Já nessa altura, era um grande técnico, de categoria internacional e...

Já tinha estas ideias?
Não! Estava muito à minha esquerda, eu é que tinha de o travar! Hoje tem ideias das quais discordo.

Quais?
O SNS é património insubstituível do povo e é dos melhores do mundo. Quanto melhor, maior a procura e a despesa. Mas a direita é que, normalmente, quer acabar com o Estado Social, para fazer da Saúde um negócio. Curioso é ser um ministro do PS a adoptar os mesmos métodos.

Ele é considerado um dos melhores especialistas na área da Saúde...
Isso é a sua maior virtude e defeito: resolve os problemas sem sensatez e sensibilidade social. Ele deveria saber que a existência de um médico, mesmo numa região isolada, dá uma segurança psicológica às pessoas. É caro? É! Mas isso conta. Um socialista não pode decidir apenas por razões economicistas. Sou utente do SNS e quero continuar a ser.

Utente ou... cliente?
Pois aí é que está! Você sabe que fui a um congresso de administradores hospitalares e a maioria dos oradores falava em clientes?! Disse-lhes logo: «Não estou a perceber esta linguagem. São cidadãos, utentes!» Na Saúde, com o peso cada vez maior dos privados e a continuar assim, o SNS ficará para pobres e o resto para ricos. Uma das formas de atacar o SNS é acabar com as carreiras médicas e transformar os funcionários públicos em assalariados por contrato individual. Flexigurança, está a ver? Entretanto, há centenas de médicos a sair do sector público e anunciam-se grandes investimentos nos privados. Esses grupos só investem por uma razão: sabem que a política actual conduz ao definhamento do SNS. Voltamos ao tempo de Salazar, com uma diferença: já não é preciso o atestado de indigência para ter atendimento gratuito.

Como se salva o SNS?
Segundo o Tribunal de Contas, há 25% de desperdício, dinheiro mal gasto. Reduzindo para metade temos mais uns anos de sustentabilidade. Depois, obrigar os profissionais da saúde a cumprir horários. Disciplinar horas extraordinárias, coisa que o ministro já está a fazer e bem. Mas entretanto dá-se um cheque para as pessoas serem operadas nos privados quando os blocos operatórios estão desertos, trabalham três ou quatro horas por dia. Afrontem interesses instalados, responsabilizem hierarquias e os trabalhadores da área da saúde.

No social, há sinais graves: nos supermercados pedem-se aparas de frango e as marmitas regressaram às empresas...
E aqui em Coimbra há muita gente a ir à sopa dos pobres! Tenho amigos no Banco Alimentar e como maçon sei a que carências a maçonaria tem acudido. Já não é só um problema de pobres, chegou ao empregado de escritório. É uma depressão económica e psíquica que abala os alicerces do País. Sobretudo quando, da parte de quem governa não há palavras de conforto nem um comportamento à medida do que o País precisa. Mesmo assim, há gastos sumptuários, grandes festas e inaugurações.

As pessoas também se endividam em nome de outros «valores»...A banca tem grande responsabilidade no endividamento. O Governo que assuma a soberania! A banca tem uma função social importante, mas não pode ter lucros fabulosos, quase não pagar impostos, esfolar vivas as pessoas e ainda ir ver se há alguma coisa depois de mortas! No fundo, o capitalismo selvagem gerou novas formas de escravatura. Um país sozinho não pode defender-se disso, mas não me conformo: há uma verdadeira ditadura do capital sobre o trabalho. Nem Salazar permitiu o domínio do Estado pelos capitalistas.


Foi por homens como este que eu segui parte da minha vida como militante Socialista, primeiro na JS e depois como militante do PS e foi por causa da falta de carácter de oportunistas como Socrates que eu deixei de militar no partido.
Tenho mantido o meu sentido de voto sempre no PS, mas dificilmente poderei voltar a votar nele enquanto incompetentes estiverem à sua frente.

Obrigado Arnaut, quanto mais li a sua entrevista mais saudades tenho de Salgado Zenha entre outros.

VJ



terça-feira, agosto 07, 2007

AFINAL COMEÇAMOS MAL














PREVENÇÃO

Isto começa cedo e começa mal. Os jogos ainda nem sequer contam para competições oficiais e já há quem sacuda de cima dos ombros para cima dos árbitros a responsabilidade pelos maus resultados. É um mau começo, por mais do que um motivo, e demonstra até que ponto os velhos hábitos são os mais difíceis de largar, até por quem costuma reclamar para si próprio o mérito de uma nova postura de credibilidade e responsabilidade entre os dirigentes desportivos. De que forma, por exemplo, é que as críticas de Soares Franco a Pedro Henriques no final do último jogo do Torneio do Guadiana contribuem para a credibilidade do futebol de uma forma responsável? Nenhuma. Pedro Henriques cometeu erros? É provável. Afinal, também ele está na pré-temporada, aquela fase da temporada em que os erros, ao contrário dos maus hábitos, ainda podem ser corrigidos. Aquilo que as críticas de Soares Franco já terão conseguido foi condicionar as escolhas do Conselho de Arbitragem da Federação para o jogo da Supertaça, com Pedro Henriques, um dos melhores da última temporada, a ser certamente riscado da lista de opções. Com um pouco de sorte, terão até conseguido condicionar o trabalho do árbitro – Pedro Henriques não será - que vai apitar o jogo entre o FC Porto e o Sporting. Mas aquilo que conseguiram, sem sombra de dúvidas, foi deitar por terra todo o esforço de credibilização da arbitragem realizado pela Liga ao longo dos últimos meses. Pelo caminho, o presidente do Sporting passou o anual atestado de irresponsabilidade aos seus jogadores. Se perderem, não foi porque correram menos, quiseram menos, jogaram menos que o adversário. Nada disso, a culpa foi do árbitro.
Mais um artigo de opinião de Jorge Maia no Jornal O Jogo que dia após dia refina os seus artigos entretanto eu já sei o que Soares Franco pretende:


TAP VERGONHA


A forma como a TAP tratou os passageiros que tinham como destino o Aeroporto Sá Carneiro provenientes de Amesterdão durante o dia de ontem foi uma vergonha. O facto do FC Porto ter sido vítima desse tratamento, apenas torna essa vergonha num caso público e notória, quando muitas vezes deve passar despercebido. Atrasos sem explicações, desvios sem contemplações e transferências sem critério absolutamente nenhum não podem ser aceitáveis numa companhia aérea pública de um país civilizado. E depois, aquele Terminal 2 só pode servir para torturar os passageiros dos vôos internos. Uma forma retorcida de dizer que a Ota é mesmo muito necessária.

Não fui eu que escrevi, mas estou de acordo e por isso aqui transcrevo a parte da TAP do artigo do Jornal O Jogo e de Jorge Maia