quarta-feira, abril 29, 2009

Noticia no JN

Coats & Clark manda 127 para desemprego

INÊS SCHRECK


A Coats & Clark vai despedir 127 funcionários dos cerca de 200 que trabalham na fábrica de Gaia. A empresa, que produz linhas de costura, alega "forte quebra da procura", mas o sindicato diz que está a deslocalizar a produção.

Os 127 trabalhadores afectados pelo despedimento colectivo receberam a comunicação na semana passada. Ontem, realizou-se um plenário, no qual foi eleita uma comissão de acompanhamento do despedimento colectivo para representar os trabalhadores não sindicalizados.

As negociações com a empresa deverão começar a 5 de Maio, mas "ninguém acredita que seja possível reverter a situação. Resta a esperança de conseguir negociar as melhores condições de saída", afirmou, ao JN, Palmira Peixoto, dirigente do Sindicato dos Textêis do Porto.

Em resposta ao JN, a administração da Coats Portugal justifica o despedimento com "uma forte quebra [nos últimos anos] provocada pela diminuição da procura dos produtos, o que tem levado a um desequilíbrio económico-financeiro, com perdas económicas significativas".

O sindicato tem uma interpretação diferente. "A fábrica tem cerca de 200 trabalhadores, vão ser despedidos 127 e apenas oito ficam afectos à produção", diz Palmira Peixoto, convencida de que a empresa está a deslocalizar a produção para a Hungria.

"Acho que até ao final do ano vão fechar toda a produção e ficar só com a comercialização da marca em Portugal", acrescentou a dirigente sindical.

A multinacional inglesa, instalada na Quinta de Cravel, em Gaia, já empregou cerca de dois mil trabalhadores. Dedica-se à produção de linhas de costura industrial e fabrica as conhecidas linhas de crochet "Âncora" e "Corrente".

Ao longo dos anos foi rescindindo, por mútuo acordo, com os trabalhadores - "pagando mais do que a lei previa" - chegando aos 200. Alertada para a redução de pessoal na Coats & Clarks, em Março do ano passado, a eurodeputada comunista Ilda Figueiredo questionou o Parlamento Europeu sobre os apoios que a empresa recebeu em Portugal e eventuais subsídios noutros países da União Europeia.

O Parlamento respondeu alegando que a empresa recebeu fundos no valor de cerca de 115 mil euros para apoiar acções de formação profissional. Sobre apoios noutros países, a comissão disse não estar em condições de responder

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